quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Faz de Novo, Senhor!

Entrevistando o Pr. Dr. Russel Shedd, para o Brazilian Times, solicitamos que desse a sua opinião sobre a inquietação que tem surgido nas igrejas em nome do avivamento. Ele, então nos falou do verdadeiro avivamento e as mudanças que ocorrem na sociedade quando o Espírito Santo de Deus age no meio do seu povo e este deixa ser transformado. Dr. Shedd lembrou que na Inglaterra, no ano de 1904 começou um mover do Espírito Santo que durou pouco mais de um ano, mas, foi o suficiente para impactar o mundo todo.
Em um de nossos artigos: Avivamento ou Movimento? Discorrendo em concordância com o Evangelista Dr. Josué Irion que, também, em entrevista ao Brazilian Times, afirmou que o avivamento o qual muitos líderes vêm anunciando, ainda não havia chegado a Boston, fomos questionados se o que estava acontecendo na comunidade evangélica da AD Ministério de Boston na qual as pessoas caem, tem crise de risos, vêem forma humana na parede do templo dizendo ser forma de Deus, seus líderes se comunicam com os mortos, recebem mensagem de anjos etc, etc, se todo aquele fenômeno não seria manifestação do avivamento. Mais de três anos se passaram. O império da ADMB caiu, a igreja se dispersou e dezenas de novas congregações surgiram anunciando que o avivamento pleno estava neste e naquele ministério e o tema continua em evidência; não se fala em outra coisa nas igrejas, nos programas de rádio e televisão, na imprensa evangélica. Mas, questionamos: onde está o verdadeiro avivamento? Avivamento não é transformação? Avivamento não é amor e unidade, a começar pelas igrejas? Mas, nunca se viu tanto desamor e tantos escândalos estampados nas manchetes de revistas e jornais como nos últimos tempos. Escândalos esses, provocados por líderes religiosos os quais em nome de Deus tem construído impérios e conquistado a simpatia de multidões. Certo dia um senhor me perguntou: um pastor pode fazer coisas erradas? Respondi: não deveria, mas, todos nós somos passíveis de erros e um pastor, também, está sujeito à queda e erra porque é humano. Aquele senhor continuou falando da má conduta dos líderes americanos e brasileiros que tem escandalizado a fé cristã. Infelizmente, o evangelho tem sido manchado pela falta de testemunho daqueles que não andam segundo os ensinamentos de Cristo, e por isso os fatos evidenciam que se o povo de Deus não buscar um novo conserto, o avivamento está muito distante de nos atingir. Todos querem bênçãos, querem destaque na mídia, querem crescimento, buscam riquezas, mas, não buscam mudança, porque a mudança não vem de fora para dentro e sim de dentro para fora. A mudança precisa partir da própria liderança e assim ela vai contagiar a igreja e a igreja à família e esta, a sociedade. Desta forma vamos ver cidades, estados, países e governos transformados e abençoados. O que temos visto é muito show, teatro, e oba-oba. O povo vem aos templos, mas, sai da mesma forma como entrou porque a maioria de sua liderança não está preocupada com a transformação do povo, mas sua meta é a glória terrena e riquezas ao custo da fé e desespero daqueles que buscam bênçãos e não transformação de suas vidas e, como no tempo de Israel, embora seus dirigentes achem natural o que fazem, o Senhor os chama de casa de salteadores. Será esta casa que se chama pelo meu nome um covil de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isto, diz o SENHOR. (Jeremias 7:11) E o Senhor lamenta também através do profeta Oséias: Quando me disponho a mudar a sorte do meu povo e a sarar a Israel, se descobre à iniqüidade de Efraim, como também a maldade de Samaria, porque praticam a falsidade; por dentro há ladrões, e por fora rouba a horda de salteadores,(Oséias 7:1).
Vozes proféticas têm se levantado para alertar o povo de Deus para um conserto sincero, mas, o povo não quer ouvir os profetas que vêm em nome de Deus. O povo quer ouvir os profetas mercenários aos moldes de Balaão que com a sua falsa doutrina levou o povo de Israel a ruína praticando coisas abomináveis ao Senhor. O livro de Apocalipse refere às ações de Balaão na carta que Jesus enviou a Igreja de Pérgamo através da visão do Apóstolo João: “Mas, algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem, (Apocalipse 2:14).
E, quando os profetas que falam em nome de Deus leva uma mensagem ao povo, aparecem os “Pasur” da linhagem sacerdotal para feri-los e tentar calar-lhes a voz. A Palavra de Deus diz que os tempos serão difíceis, mas, aparecem pregadores oferecendo um evangelho fantasioso em que o crente não terá que se confrontar com o pecado, não terá problema financeiro, não enfrentará a doença, as dividas serão anuladas etc. Jesus nunca disse que estaríamos livres de aflições, mas, nos encorajou a ter bom animo e garantiu que estará conosco todos os dias. Jesus quer ver a sua igreja avivada, cheia do poder de Deus.
Nosso entrevistado, Dr. Shedd, diz: “John Wesley se tornou no pregador de multidões porque a influência de um avivamento que atingiu a Inglaterra o contagiou. John voltava derrotado dum breve ministério na colônia americana de Geórgia no mesmo navio em que alguns morávios viajavam. John Wesley, muito impressionado com a paz com que eles enfrentaram uma temível tempestade, ficou convencido que algo importante faltava em sua vida, ainda que, sacerdote anglicano. No dia 24 de maio numa pequena reunião com alguns morávios em Londres, o coração de John foi estranhamente aquecido".
Quando o povo de Deus estiver, verdadeiramente, dentro do avivamento, não estará livre das dificuldades, mas, controlado pelo Santo Espírito, vivendo o avivamento, terá equilíbrio e paz para vencer as dificuldades. Queremos avivamento não para enriquecer o povo de bens materiais porque as riquezas terrenas que os ladrões minam e roubam e fazem os líderes religiosos pecarem pela ganância de possuí-las, vão ficar aqui. Mas queremos avivamento para que a igreja esteja preparada para subir e habitar eternamente com Jesus. A Palavra de Deus nos aconselha no livro de Romanos a não ambicionar coisas altas, mas, a nos acomodar as humildes. Jesus disse que não andássemos correndo atrás dos tesouros terrenos, mas, que buscássemos investir nos tesouros do céu.
Falando sobre o impacto que causou o avivamento da Inglaterra, Pr. Shedd diz que John Weslei, incansavelmente, montado num cavalo percorreu 400.000 kms, e fez 40.000 pregações durante 50 anos. Esse avivamento poupou a Inglaterra da terrível revolução que abalou a Franca em 1789.
Dr. Shedd afirma: “Não há dúvida que algumas marcas de avivamento tem tocado os evangélicos, porém, podemos questionar esta conclusão: Onde estão os candidatos para missões transculturais que marcaram os avivamentos do passado? Onde está a profunda convicção de pecado que produziu conversões numerosas, profundas e duradouras? Quando o missionário David Brainerd pregava para os índios de New Jersey, os pagãos ficaram tão compungidos pelo Espírito que gritavam com dores espirituais angustiantes durante horas. Charles Finney, o mais renomado avivalista da primeira metade do século 19, pensava que pela dedicação e oração concentrada, um avivamento poderia ser produzido. Jonathan Edwards, o líder reconhecido do Primeiro Grande Despertamento na Nova Inglaterra do século 18, pensava o contrário. Sua experiência confirmou que avivamento vem pela soberana vontade de Deus. Não é possível programar um avivamento, mas, é incontestável que a oração tem papel importantíssimo no preparo e promoção de um avivamento. Reuniões de oração começaram na cidade de Nova Iorque na velha igreja holandesa de Fulton Street, em 1858. Homens de negócios reuniram diariamente para pedir o mover extraordinário de Deus. Outras reuniões começaram em outras cidades. O avivamento que Deus mandou para o mundo de fala inglesa em 1858-59 foi de tal maneira marcante que Pr. Martyn Lloyd-Jones pregou o ano do centenário sobre avivamento na Capela de Westminster em Londres, na esperança que Deus mandasse outro cem anos depois. Concluímos que o avivamento, essa obra extraordinária de Deus num individuo, numa igreja, ou numa região geográfica, muda radicalmente o equilíbrio na guerra espiritual. O Diabo perde, e a vitória de Deus se manifesta visível e poderosamente. Por isso devemos pedir que o Senhor faça de novo o que ele fez no passado, enviando um derramamento do Espírito de modo poderoso e transformador, finalizou o nosso entrevistado desta edição, Pr.dr. Russel Shedd.
Que assim seja! Mas, hoje, o avivamento ainda não chegou à cidade de Boston, MA, onde está sendo proclamado porque a maioria dos líderes dobra suas pernas, mas não dobra seu orgulho; rasgam os vestidos, mas, não rasgam o coração! Porém, Deus pede para rasgar não a roupa, mas, o coração, pois, os vestidos rasgados são trocados por outros mais luxuosos e num coração quebrantado só o Espírito Santo de Deus pode agir.
Que possamos ver o povo de Boston impactado com o avivamento das igrejas brasileiras; que possamos ver o nosso Brasil contagiado pelo mover do avivamento na vida das igrejas evangélicas; e que essa transformação nos dê um País sem corrupção, sem violência nas ruas; que possamos ver cadeias vazias e as famílias saindo de suas casas livres sem medo de uma bala perdida; e que todos os corações sejam cheios do conhecimento do poder e da glória de Deus. Avivamento é mudança! Avivamento é conversão! Avivamento é transformação! Faz de Novo, Senhor!

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