domingo, 17 de maio de 2009

Abundante Graça

Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra; enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Filho Jesus.E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos, e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. (Atos 4:29-31-32).


Gostaria de chamar atenção da Igreja do Senhor Jesus para volverem o seu olhar para as veredas antigas. Está registrado nas Escrituras Sagradas, exemplos de servos de Deus que não se contaminaram e não deixaram ser levados pelos atrativos do mundo corrompido de sua época. Podemos citar José, filho de Jacó que disse não as seduções da mulher de Potifar, que o queria levar para o mal do adultério; também, Daniel e seus amigos que não se impressionaram com os manjares do rei e, mesmo ameaçados de morte não cedeu às pressões daqueles que os queriam fazer pecar contra o Senhor; podemos acrescentar à lista, Moisés, que recusou ser chamado filho da filha de Faraó, por amor ao seu povo; E o Senhor requer que vivamos da mesma forma. Jesus nos colocou como luz e sal do mundo. “Vós sois a luz do mundo... Vós sois o sal da terra”. Especialmente, eu quero fazer uma observação sobre a Igreja Contemporânea e a Igreja Primitiva, dos tempos dos Apóstolos. Primeiro eu quero falar sobre a graça que transbordava na Igreja Primitiva. Por esta graça, os crentes daquela Igreja podiam falar do amor de Deus com ousadia e intrepidez e multidões paravam para escutá-los; o livro de Atos descreve o entusiasmo dos cristãos, e nos mostra que eles viviam o Evangelho de Jesus em temor e obediência aos seus ensinamentos. Por isso, sinais e maravilhas eram visíveis na vida deles. Milagres de salvação, de transformação; de cura aconteciam. As pessoas levavam seus doentes para serem curados pelos apóstolos e quando não podiam chegar até eles, colocavam seus doentes por onde os apóstolos passavam porque a sombra deles curava os doentes. Na Igreja Primitiva havia esse derramar do Espírito Santo. Eles anunciavam o poder do Evangelho aos homens no poder do evangelho que estavam vivendo e transformado a vida das pessoas. E desta forma, os crentes da Igreja primitiva incomodavam o mundo com o testemunho do Evangelho; Mas da mesma forma que incomodavam, eles caiam na graça do povo; sabem por quê? Porque era um o coração e a alma dos que se convertiam aos Senhor Jesus. Eles viviam no amor, na unidade e na generosidade. Eles agiam assim porque possuíam a graça que transbordava do coração de Deus; a graça que levou o Filho de Deus a renunciar o seu trono, se rebaixar à condição de homem e subir no madeiro para salvar o mundo; graça que nos dá a paz que o mundo não pode dar, que a fama não pode satisfazer, que as riquezas não podem comprar; graça que nos reconciliou com Deus, e que nos fez um com Jesus; graça que nos manda amar o nosso irmão como Jesus nos amou; amar o próximo como a nós mesmos; graça que nos ajuda a renunciar os nossos próprios interesses, tomar a nossa cruz e seguir as pegadas do nosso Mestre.
Porque eles tinham essa abundante graça podiam batizar e agregar quase três mil almas de crentes num só dia; e, mesmo perseguidos, a abundante graça lhes fortalecia e os levava a ter tudo em comum. Porque tinham essa graça o Apóstolo Pedro podia dizer a um paralítico: Não tenho prata e nem ouro, mas o que tenho isto te dou: Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, levanta-te e anda; E, porque tinham essa abundante graça eles não buscavam honra para si mesmos, mas diziam: Por que olhais tanto para nós como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar esse homem?
A abundante graça em suas vidas dava-lhes intrepidez para dizer: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.
Por que a igreja Contemporânea não tem vivido tal qual a Igreja Primitiva? Em que temos falhado? Acabou a graça? Absolutamente! A benevolência de Deus continua jorrando do seu trono para abençoar, salvar, transformar, prosperar e nos fazer transbordar de alegria pelo resultado do nosso trabalho em seu Reino.
Mas, está faltando à Igreja dos nossos dias encher da mesma graça que havia nos apóstolos e nos crentes da igreja primitiva. E, faltando essa graça, falta amor, e faltando amor, falta unidade, e faltando unidade, falta misericórdia, e faltando misericórdia, não podemos atender o significado de sermos benignos uns para com os outros; quando não vivemos no derramar da graça, falta a unção do Santo Espírito e faltando a unção falta poder; e faltando poder, maravilhas não podem ser operadas através dessa igreja.
Em segundo lugar, porque os pregadores de hoje estão mais preocupados com a prata e o ouro, do que com o dono da prata e do ouro. A Igreja Contemporânea tem falhado porque os anunciadores das boas novas não estão dispostos a ouvir Jesus dizer: não leveis convosco nem bordões, nem alforje, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas, e em qualquer casa que entrardes ficai ali; porém, os anunciadores das boas novas estão à procura de altos salários, hotéis de luxo, carros e mansões nos bairros mais nobres da cidade. O Senhor da obra diz: buscai primeiro o reino de Deus, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas, mas os anunciadores das boas novas estão buscando em primeiro lugar as demais coisas, esquecendo que obediência é o requisito necessário para serem aprovados para integrar no exército do reino. E quem obedece tem vida abundante; quem faz a obra, digno é do seu salário. Mas, vida abundante não significa que os anunciadores das boas novas corram atrás das riquezas deste mundo. O Apóstolo Paulo diz: porque “os que querem ser ricos caem em tentação, e em laços, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína; porque o amor ao dinheiro é a raiz de todas as espécies de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. Temos visto escândalos no evangelho por muitos que correm atrás das riquezas dizendo ser para as necessidades do Reino, porém, temos visto o tesouro do Reino sendo saqueado para patrocinar as trevas. Na Igreja Primitiva o povo era atraído pelo poder do Evangelho transformador que podia garantir a vida eterna em Jesus; na igreja Contemporânea o povo está sendo atraído pelo evangelho que lhes garante prosperidade e a ganância do ter o impede de conhecer o significado da verdadeira Salvação que garante a vida eterna.
Na Igreja primitiva os Anunciadores das Boas Novas diziam: importa mais servir a Deus do que aos homens; na Igreja contemporânea a maioria está servindo mais a homens do que a Deus! É o homem quem dita as regras; Na Igreja Primitiva a Palavra era conhecida e obedecida; na Igreja contemporânea a Palavra é lida, mas a interpretação vem de mentes secularizadas e ao invés de ensinar os mandamentos de Deus, ensinam suas idéias, suas filosofias, e seus conceitos totalmente fora dos preceitos de Deus. O Apóstolo Pedro aconselhou a igreja a ter cuidado com os mestres que surgiriam nos tempos a seguir. Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. (2Pd 2:1)
Assisti a pregação de um pastor que aconselhava aos jovens de sua igreja a assumirem compromisso matrimonial com separação de bens porque, dizia ele, “nunca se sabe com quem você está se casando”. A mente secularizada daquele líder despertava a desconfiança dos cônjuges entre si! E tais ensinamentos induziam os jovens nubentes, antes mesmo de contraírem matrimonio, a se prepararem para o divórcio. Exagero? Nenhum pastor ousaria dar tais conselhos as suas ovelhas? Gostaria que fosse mesmo! Mas, não estou passando informação de terceiros, eu tive o infortúnio de ouvir tais disparates de um líder pregando para a juventude de sua igreja. Enquanto que, a Palavra de Deus ensina que ambos (marido e mulher) se tornam numa só carne; e a esposa deve submissão ao marido, e o marido deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela; e diz também, que o amor não suspeita mal, porém, esses preceitos não estavam sendo ensinados naquela congregação.
É, também, patético ouvir um pastor aconselhar aos membros de sua igreja a não se envolverem com as necessidades do seu irmão, pois se o fizerem estarão atrapalhando o agir de Deus na vida daquele que está em aflição. A Bíblia diz que Deus corrige aqueles a quem ama, mas a correção de Deus não implica na minha alienação solidária, no meu dever de socorrer o meu próximo. A Palavra diz: se o teu irmão tiver necessidade, não lhe negue ajuda; dê tudo o que ele precisar para as suas necessidades, e o Senhor recomenda, ainda: e não fique pesaroso o teu coração quando lhe deres. E em seguida faz a promessa: Porque por essa causa te abençoará o Senhor. Mas a maioria não lê a Sagrada Escritura ou se lê, o diabo tem cegado o seu entendimento para não obedecer a Palavra e todo o lixo de idéias e conceitos de pregadores que não se importam com os preceitos de Deus e que não vivem em abundante graça, o povo absorve e os põe em prática. Os corações de muitas pessoas pulsam, não pelo Reino de Deus, mas, pelos tesouros os quais a traça e a ferrugem consomem e onde os ladrões minam e roubam. Porque, para essas pessoas, a vida se resume apenas nas coisas daqui. E, Por quê?
Porque falta a graça que é muito mais importante do que os tesouros deste mundo. Porém, o Deus dessa mesma graça que com a sua justiça vai provar as obras de cada um de nós; O Deus dessa mesma graça que vai fazer o prato da balança mostrar a veracidade do peso de nossas ações; O Deus dessa mesma graça que vai dizer para os seus fiéis e obedientes servidores: sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei, entra no gozo do teu Senhor; o Deus dessa graça que diz que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, vai dar a sentença aos que “andam segundo a carne”, buscando seus próprios interesses, seguindo os desejos do seu enganoso coração; sim, aos que ao bem chamam mal e ao mal chamam bem, aos que ao justo nega justiça e aos ímpios justifica por presentes, a esses que optaram por ficar fora da graça, vão ouvir do Autor da Graça, a sentença: Apartai-vos de mim malditos, pois, não vos conheço. Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas. (Fl. 3:18-21)

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